Um dia é-se, outro deixa-se de ser.
Não é queixume, é o que é, é uma constatação. Um pouco
triste ou um pouco alegre conforme o lado de onde se está a ver.
Nada na vida é para sempre. Visto de algumas perspectivas,
torna-se esquisito. Deixar de ter uma coisa que se teve, deixar de se sentir o
que se sentiu, deixar de ver o que um dia se viu e principalmente não conseguir
perceber o momento do click.
Como foi que aconteceu, porque aconteceu, quando aconteceu.
Sim foi no tempo, mas em que tempo?
O click não existe assim, tal como um click normal numa
tecla. As coisas vão sucedendo, o tempo vai passando e com ele as mudanças vão acontecendo.
Tão devagarinho quanto o crescimento de um feijão num algodão húmido, tão
rápido quanto 3 dias podem ser rápidos. O crescimento está lá, vê-se bem que
cresceu no tempo, mas não se deu conta no momento.
Porque acontece?
Essencialmente, porque assim tem que ser. Especialmente,
para não sofrer mais do que o coração pode aguentar ou, pode acontecer, para
não explodir o coração com tanta emoção.
Sim, porque ter uma coisa que nunca se teve, ouvir o que
nunca se ouviu, sentir o que nunca se sentiu geralmente provoca uma explosão de
emoções.
E lá começa um outro ciclo: emoções estas que duram no
tempo, o tempo que o tempo tem até ao click que não se vê, mas que, a partir de
uma certa altura, se sente todos os dias um bocadinho.
É a VIDA!