quinta-feira, 21 de maio de 2015

A Gazela e o Leão


Eu sei que sou uma pessoa intensa.
Tudo é enorme, cheio, lindo ou pequeno e muito feio.
Eu sei! Sufoco de tanto gostar e sufoco quem tanto gosto.
Corro. Tenho pressa de dar e tenho pressa de chegar e,
Também corro porque tenho pressa de ter e tenho pressa de ser,
Mas corro, essencialmente porque tenho pressa de amar e ser amada.
Dou o que nunca deveria dar e exijo o não exigível
Mas é o que me faz sentido.
Entrega, é entrega total. É um tudo ou nada!
Saudável? Percebo que não!

Quem dá envolve-se, cuida, protege, baixa a cabeça, cede, fica pequeno e frágil, submete-se.
Por isso quem dá espera, quem dá exige e, muitas vezes em silêncio. Quem recebe raramente devolve. Quem recebe, incha, acha-se grande, superior.
Assim, e como qualquer outro animal, quem é pequeno e frágil, é vulnerável e passível de ser atacado, quem é forte e grande, por principio, ataca.
Não são precisas grandes armas, as palavras  ou a falta delas são, por vezes, as mais incisivas, agressivas e poderosas. Mas quantas vezes não são posicionamentos, olhares, meras marcações de espaço ou o tão famoso à vontadinha. Existe também o desprezo, a indiferença... coisas que não são coisa nenhuma mas que ferem de morte.
É só no momento do ataque que se toma consciência que convém levantar alguns escudos e... lá se vai a espontaneidade, a naturalidade o saudável, o bom, o bonito, o melhor, aquela cena do “quem gosta dá”.
Começa lentamente o esforço de levar às costas o outro lado do que que se deu. O que era ar vira aos poucos chumbo.

Curto e grosso e sem qualquer emotividade à mistura, falamos de dominância. Dominância faz parte da condição animal.
Quem domina, sobrevive.
São instintos básicos de sobrevivência, acordar, correr, atacar e defender.
Os instintos de sobrevivência são sempre muito mais fortes que a razão nos animais, que se dizem irracionais. Eles precisam sobreviver.
Os animais racionais...

Provérbio Africano
“Toda manhã em África, a gazela acorda. Ela sabe que precisa correr mais rápido que o mais rápido dos leões para sobreviver. Toda manhã o leão acorda. Ele sabe que precisa correr mais rápido que a mais lenta das gazelas senão morrerá de fome. Não importa se você e um leão ou uma gazela. Quando o sol nascer, comece a correr.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

“Quase nada” depois de um “Quase tudo”



E quando chega
Um “quase nada”  
depois de um “quase tudo”...
Em que um "quase tudo", 
não passou disso mesmo, 
faltou o "quase" e 
passou a um "quase nada" 
que é o mesmo que nada sem o "quase".
Fico triste!
Fico triste porque é triste!
É fado!
Fado a sério! 
O que fica é a saudade do que não existiu e a
saudade da nossa vida vivida ao ritmo do coração.
Lá está! Depois de um "quase tudo" chega o momento de um “quase nada”. 


"(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...)
..."

Mário de Sá Carneiro