domingo, 30 de maio de 2010

Expectativas


Esperar
Criar
Querer
Idealizar
Planear
Não falar
Não demonstrar
Não pedir
Inevitável
Ansiedade
Decepção
Frustração
Calimero
Infelicidade

1ºConclusão: Esperar qualquer coisa é o primeiro passo para a infelicidade.
2ªConclusão: Não esperar...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Desconhecimento


Quanto mais vivo mas me apercebo de tudo o que desconheço.

Eu desconheço tudo o que não conheço e eu conheço tão pouca coisa!

Eu não conheço lugares, gentes e costumes, cidades, países e mares, não conheço marés nem luas, eu nem conheço todos os cantos da minha casa.

Eu não conheço as pessoas que me rodeiam e que estão mais perto de mim, eu nem me conheço…

Não conhecendo as coisas elementares como hei-de eu conhecer a amizade comum, o amor, a tranquilidade…

Vivo num mundo pequeno de pouca coisa. Tudo aquilo que acho grande é um ponto tão pequeno!
O desconhecimento é a nossa escuridão. É o outro lado da nossa vida, da luz.

Desconhecer é cegueira. E não ver, tem dois lados.

É o bom e o mau, é a esperança e o medo. É o ficar e o ir. É a alavanca da mudança, o motivo da fuga.

"Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão"
Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Lua Cheia


E porque hoje é noite de Lua Cheia:

"Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha."

Cecília Meireles

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Estranha Cumplicidade


Estranha cumplicidade
É aquela que tão depressa há como “não pode” haver!
É aquela que se tem, mas que se tem medo de assumir.
É aquela que se tem de esconder.
É aquela que por vezes se tem de engolir.
É aquela que fica cá dentro no meio das incertezas.
É aquela que pára quando uma palavra se atravessa.
Ter medo é mata-la e isso,
Às vezes dói.
Quando a bola gira uma vez é difícil de a parar.

Eterno
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata!

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai"?
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente sentimos.

(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cumplicidade


Cumplicidade, cumplicidade, cumplicidade… cumplicidade!!!!!!

Ela tem várias conexões, vários significados.

Esta palavra surge-me nas mais variadas situações, nos mais variados pensamentos, nas mais variadas condições, nos mais variados momentos.

Cumplicidade, é uma palavra forte, cheia de significado dentro de uma amizade. Não tem de existir só no amor, onde é realmente indispensável. Tem de existir também na verdadeira amizade.

Vi uma descrição que me pareceu de tantas a mais acertada, para mim e para a minha maneira de ser, “ Cumplicidade talvez seja a maior prova de sintonia, amizade e consideração que possa haver num casal”. Nesta frase mudaria as duas últimas palavras e acrescentaria mais uma.

Assim a frase ficaria:

“ Cumplicidade talvez seja a maior prova de sintonia e amizade, confiança e consideração que possa haver entre duas pessoas”.

Cumplicidade surge quando há um conhecimento mútuo, quando se está em sintonia de pensamentos. É um jogo saudável e grandioso entre duas pessoas que se conhecem e se dão bem.

É uma partilha de sentimentos, valores, situações, acontecimentos existentes entre elas. É um sorriso, uma gargalhada vinda do nada. É um olhar, uma expressão que se entende. É um gesto, um toque que nos desmancha e nos faz cair em nós. É uma palavra…

Cumplicidade só existe se houver confiança, se acreditarmos.

Cumplicidade é pormo-nos nas mãos do outro e vice-versa, é ser-se verdadeiro, sincero, não importa se é bom se é mau.

Assim cumplicidade é aceitar, é acreditar, é confiar, é dedicar, é saber, é calar, é estar do lado, é compreensão, é um acordo implícito entre duas pessoas.

Eu sei, tu sabes, nós os dois sabemos. Mais ninguém sabe que nós sabemos. O que nós sabemos torna-nos únicos nessa situação, e tudo o que nos faz sentir únicos dá-nos força e cria uma união mágica.

Cumplicidade é então o que nos faz sentir únicos em qualquer que seja a relação onde ela exista.

Vale a pena …

Estarei a ser egoísta? Egocêntrica? Ciumenta e outras coisas que tais?

Hummm! Não me parece. Neste mundo onde somos sempre só mais um de entre tantos, salve-nos ser únicos em algumas pequenas coisas…

BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
Machado de Assis

Para Viver um Grande Amor


E continuando nesta fase do Gamanço…

"Para Viver um Grande Amor
É preciso abrir todas as portas que fecham o coração.
Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo,
Por amores do passado que foram em vão
É preciso muita renúncia em ser e mudança no pensar.
É preciso não esquecer que ninguém vem perfeito para nós!
É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar!
É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amor...
Para que se moldem um ao outro como se molda uma escultura,
Aparando as arestas que podem machucar.
É como lapidar um diamante bruto...para fazê-lo brilhar!
E quando decidir que chegou a sua hora de amar,
Lembre-se que é preciso haver identificação de almas!
De gostos, de gestos, de pele...
No modo de sentir e de pensar!
É preciso ver a luz iluminar a aura,
Dando uma chance para que o amor te encontre
Na suavidade morna de uma noite calma...
É preciso se entregar de corpo e alma!
É preciso ter dentro do coração um sonho
Que se acalenta no desejo de: amar e ser amada!
É preciso conhecer no outro o ser tão procurado!
É preciso conquistar e se deixar seduzir...
Entrar no jogo da sedução e deixar fluir!
Amar com emoção para se saber sentir
A sensação do momento em que o amor te devora!
E quando você estiver vivendo no clímax dessa paixão,
Que sinta que essa foi a melhor de suas escolhas!
Que foi seu grande desafio... e o passo mais acertado
De todos os caminhos de sua vida trilhados!
Mas se assim não for...
Que nunca te arrependas pelo amor dado!
Faz parte da vida arriscar-se por um sonho...
Porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado!
Mas, antes de tudo, que você saiba que tem aliado.
Ele se chama TEMPO... seu melhor amigo.
Só ele pode dar todas as certezas do amanhã...
A certeza que... realmente você amou.
A certeza que... realmente você foi amada."

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Inércia do pensamento


Isto de não conseguir escrever está a dar cabo de mim.

Novamente a fase do gamanço! Até quando?

Só que desta vez, as ideias não faltam, os sentimentos são aos milhões e tudo está a mexer e a ser remexido.

Tanta coisa em ebulição não vai dar certo!

Coisas boas e coisas menos boas, todas a rolarem como se de uma máquina da roupa se tratasse.
Há coisas que debotam. Não sei se a tinta vai pegar às outras, só no fim se verá.

O Tambor não pára de rodar, a porta não se consegue abrir. Parece que a escuridão reina.

Por um lado ainda bem. Não vá sair tudo de chofre e não se conseguir distinguir o trigo do joio.

Por outro, fico incomodada com as coisas que me passam pela cabeça, aqui e ali, sem um fio condutor. Pior ainda, fico incomodada de não estar com paciência para o arranjar e conseguir combater esta inércia do pensamento.

No meio deste rolar, há palavras que saltam e surgem do meio do nada como: cumplicidade, desconhecimento, olhares, alegria, envolvimento, medo, ser, perfeição, beleza, amor, amizade, engano, atracção, desejo, tristeza, beijos, sorriso, sonho, satisfação, felicidade, carinho, querer, ter, não ter, vontade e tantas outras.

Eu sei que não são só palavras, são palavras!

São palavras que podem dizer tanta coisa, são palavras que podem destruir ou construir quando dissecadas nos seus contextos. São medos, são desejos, são sonhos, são contradições, são frustrações, são decepções, são indefinições, são limitações, são dores de crescimento, de conhecimento, de ausência, de experiência, de carência.

Melhor mesmo é deixar-me andar e continuar nesta “inércia do pensamento”.

Inconfesso Desejo


E quantas vezes acabo eu em Carlos Drummond de Andrade?

"Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo"

(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 22 de maio de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Amar


"Amar:
Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei... "


(Mário Quintana)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Vinho Quinta das Carrafouchas tinto 2008


Vinho Quinta das Carrafouchas tinto 2008

Estranha a forma como algumas coisas entram pela nossa vida.

Ouve-se falar de uma coisa e ela aparece em todas as frentes.

E este vinho teve uma entrada engraçada e de certa forma persistente.

Primeiro uma sugestão banal e normal de amizade via facebook, a qual aceitei.

Sugeri a página do vinho a uns amigos, que sei que gostam de vinho. Ele surgiu em algumas conversas, mas nada de muito marcante.

Depois, uma breve descrição e a garrafa palpável nas minhas mãos através do amigo que me tinha sugerido o vinho.

Hoje em conversa surgiu o vinho, mas ninguém se lembrava do nome. Perguntei a quem me tinha dado a conhecer, que me relembrou e eu relembrei quem me perguntou.

E de repente, sem mais nem ontem abri um blog que, sabe-se lá porquê, era sobre vinhos e o que é que eu vejo?

Quintas das Carrafouchas!

Estas coisas acontecem frequentemente, eu sei. Mas é sempre estranho e pergunto-me sempre que isto acontece, porque será que elas entram pela minha vida a dentro com tanta intensidade?

Um dia vou ter essa resposta, até lá resta-me esperar. Só tenho pena de nesta altura da minha vida, eu não o poder beber nem sequer experimentar, porque segundo dizem é bom que se farta.

Ah é verdade! Adorei a frase:

"O vinho quando desperta desejo passa a Néctar!" (João Vale de Andrade)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Adeus


"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus."

(Eugénio de Andrade)

Não, não é um Adeus, nem tão pouco uma pausa. Desta vez é só um poema. Um poema, como tantos outros. Foi um poema que li e que fiquei a pensar.

Pareceu-me de repente uma fotografia do pensamento ou do sentimento do Poeta, um momento apanhado em palavras. Achei graça ao que me passou pela cabeça. Achei graça ao interior do poema. Achei graça ao flash, à fotografia, achei que a imagem me ficou na cabeça.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nem sempre há palavras


"Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça. "
(Eugénio de Andrade)

Descoberta


A descoberta é uma coisa engraçada.

Faz-me sempre pensar, onde raio estive eu para não ter descoberto algumas coisas mais cedo.

Nesta vida, não nos resta muito mais do que ser, ver, observar, sentir, pensar e andar para a frente e com isso aprender, aprender, aprender, para depois ter bases para aplicar no dia-a-dia todos os nossos poucos conhecimentos. São feitos pessoais, solitários, individuais. Não há livros instruções, para nos dizer como agir, como fazer, como dizer, mas há sempre um livro de reclamações por perto.

O que acontece é que quando descobrimos alguma coisa com a qual nos identificamos ficamos felizes por sentirmos que não estamos sozinhos. Foi o caso de hoje!

Hoje descobri Mário Quintana.

Obrigada Júlia ML já vem sendo um hábito estas descobertas partirem daí.


"Nunca diga te amo se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.

Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.

A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo."

(Mário Quintana)

domingo, 9 de maio de 2010

Urgentemente


As coisas que batem nos meus olhos!

"Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer."

Eugénio de Andrade


Que assim seja!


Pronta para substituição?

Não sei!

Nesta vida, estou convencida que as coisas não acontecem por acaso.

Neste momento de grandes transformações boas na minha vida, tinham que vir aquelas que me moem, me tiram o sono, me magoam.

Entre todas as coisas boas, vêm sempre as coisas más.

Ou melhor, elas não são supostamente más, simplesmente vão contra a minha vontade, vão contra tudo o que eu um dia imaginei. Pensando de pensar, acabam por ser tristes, por me deixar mais sozinha. Mas de certa maneira consigo perceber, ainda que muito vagamente e ao longe, que não passam da lei natural da vida.

É por estas e por outras que eu digo sempre, que a vida nos passa por cima vezes sem conta, inesperadamente e quantas vezes abruptamente.

Não, não falo de morte. Esta é uma morte diferente da morte. É uma morte viva, lenta, sofrida, arrancada.

Mas eu sei que, mais tarde ou mais cedo, vai haver uma substituição!

Substituição!

Não, não posso utilizar esta palavra! O que vai existir é tudo menos uma substituição. É uma espécie de tentativa de recompensa. Nada é verdadeiramente substituído nesta vida. É uma espécie de doce. Perde-se um ganha-se outro.
Será que lhe posso chamar de “retribuição de perda”?

O problema é que nem sempre ela é visível aos olhos das pessoas. Damo-nos conta da perda, raramente nos damos conta das “retribuições de perda”. Essas aparecem aos nossos olhos mais tarde, quando já livres da dor, nos conseguimos por em pé e ver de cima.

Mas, que podemos nós fazer?

Que assim seja!