quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Coisas Infinitas



"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana.
Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta".


Autor: Albert Einstein

O Tempo que for Necessário


“Olhe apenas, não interprete”

(Pregaminho Editora - “A Prática do Poder do Agora” de Eckhart Tolle)
Tantas horas a pensar e matraquear sobre um assunto e depois, assim de repente, lê-se num livro a frase que se está à procura há tanto tempo. Quase uma vida.

“Olhe apenas, não interprete”. Este é o remédio para quase todos os nossos problemas. Aqueles que moemos na nossa cabeça horas, dias e até mesmo anos, tentando dar explicações para o que não é explicável. Pois cá está.

Esta nossa tendência para traçar vários cenários de pequenos acontecimentos criando um, ou mesmo vários story bords, acrescentando até imagens e sons, quem sabe até mesmo cheiros… para que ainda soe mais real, já é muito mau. E pior ainda é, quando acrescentamos o dramatismo do real e começamos a ter comportamentos de acordo com os cenários traçados.
Pois aqui começam os nossos problemas reais.
Que granel!
Como fugir desta embrulhada?
Cá vão os meus filmes:
Um deles, é sem dúvida, tentar ler o livro e fazer muita “força” para conseguir chegar a esse poder tão singelo.
Outro…
Bem, ainda não tracei o meu story bord sobre a resolução deste problema. Ainda estou muito atrás.
Ainda estou no filme arranjar sarna para me coçar. Até porque o livro, não é fácil de ler.
Leio e volto atrás, torno a ler e a reler e a tentar perceber e sentir o que ele me diz. Mas não é fácil. Porque a resolução parece simples de mais, tão simples que não se consegue acreditar assim, sem mais nem menos.
Ás vezes ate se entende e quando isto acontece, é um passo que se dá. Só que no momento seguinte já se está a fazer o contrário do que se pretende. Uma verdadeira luta interior.
Querer ser feliz, ter um caminho mesmo à frente e não conseguir.
Bem, o que nos vale é que há um ditado que nos diz:

“Água mole em pedra dura tanto dá até que fura”

Bora à luta.

“Não conseguir parar de pensar é uma coisa terrível.”…
… “A mente é um instrumento fantástico, se for usada correctamente. Mas se não for, torna-se altamente destrutiva.”…

(Pregaminho Editora - “A Prática do Poder do Agora” de Eckhart Tolle)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Tantos Medos


Tantos espaços vazios, tantos momentos mortos, tantos lugares sem nada, tantas palavras ocas, tantos gestos falsos, tantos passos incertos, tanta falta de sinceridade, tantos jogos desnecessários, tantas palavras por dizer, tantas horas desperdiçadas, tantos minutos deixados à solta.

Como é possível, que com uma vida tão curta nós, cambada de imbecis, nos deixemos ficar sentados a ver a vida passar e nada fazer para a agarrar e parar.

Só com ela parada a conseguimos sentir. Só com ela parada a conseguimos ver, ouvir e adorar.

Fez-me sempre confusão porque temos nós, os humanos, a capacidade de nos magoar, de ocultar de nós próprios tantas coisas que escondidas nos fazem doer.

Porque não falamos, porque não gritamos tudo o que nos vai na alma.

Porque temos nós de manter as aparências e fingir coisas que não somos nem queremos ser.

Porque fazemos o que não temos vontade, dizemos o contrário do que pretendemos, afastamos quem queremos ver perto.

Porque nos sentimos inseguros, porque mentimos em relação aos nossos sentimentos, porque não os deixamos correr ao sabor do vento, porque temos medo de ser ridículos, porque temos “vergonha” de nós próprios, porque não nos mostramos, não nos damos, não nos abrimos ao mundo.

Tantos medos.

Quando nos desvendamos ficamos vulneráveis e ao mais pequeno vislumbre de ameaça accionamos o escudo de protecção que nos afasta da vida, das pessoas, do mundo, de nós.

Mas nem por um minuto nos passa pela cabeça o que podemos ganhar sendo o que somos, fazendo o que queremos, lutando pelo que desejamos.

Porque nos custa dizer às pessoas que gostamos - gosto de ti, preciso de ti, quero te dar, quero-te sentir, aproxima-te de mim, e porque não – Quero-te!

Porque nos custa acreditar nas pessoas que gostamos, quando elas nos dizem – gosto de ti, preciso de ti, quero te dar, quero-te fazer sentir tudo o que tu queres sentir e porque não – Eu também te quero.

Porque nos custa ouvir um não. Um não sem maldade, sem desdenhar, sem ironia, sem querer mal.

Porque nos sentimos mal em gostar sem que gostem de nós, em desejar sem que nos desejem .

Porque não gostamos de dar sem receber, de estender a mão e não ser agarrado.

Porque não há essa naturalidade perante o amor. Tem mal amar e não ser amado?

Pode-se ficar sem uma porção da nossa alma, mas não se é menos gente.

Pode-se ficar triste, mas continuamos a ser nós.

Então o que nos impede de avançar?

Medos. Tantos medos.

Que saudades dos medos aconchegados de criança. De dizer, tenho medo e de ecoar quase em simultâneo - Não tenhas, estou aqui.

Que saudades daquela protecção dourada, de escutar - Gosto de ti - e conseguir acreditar. De sentir aqueles grandes olhos protectores tocarem nos meus e ouvir – vai em frente se caíres eu estendo-te a mão e, não te esqueças eu gosto de ti assim.

Porque temos de crescer. Quanto custa crescer. Quanto custa mostrar uma segurança que não existe, uma dureza que não se tem, uma firmeza enganadora. Começa a chegar a nossa vez de dizer - Não tenhas medo eu estou aqui!

Estarei eu preparada?

Preparada para esconder os meus medos para conseguir atenuar os medos dos outros?

Para que estes outros possam crescer acreditando neles próprios.
Para que ganhem segurança e desta forma possam ajudar os que vêm a seguir e assim sucessivamente.

Crescer é assim.

Estarei eu a crescer?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Ninguém está a pensar em ti - II


"Ninguém está a pensar em ti. Eles estão a pensar em si próprios, tal como tu"

(in “A imaginação hiperactiva de Olívia Joules , Helen Fielding)

Hoje li de novo a frase mas de repente soou diferente, vi-a com outro olhar: Eu penso em ti.

Penso naquilo que me deste e no que te poderia ter dado, no que significas para mim e no que eu terei sido para ti. No que és e no que me fizeste ser.

Penso nos momentos que me proporcionaste e nos sonhos que construi.

Afinal consigo pensar no pouco que sou e no tanto que tive. No que ganhei ao te ouvir, no que senti quando me deste a mão. No que perco quando não estás aqui.

Sou só humana. Penso em ti em mim.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Ninguém está a pensar em ti

"Ninguém está a pensar em ti. Eles estão a pensar em si próprios, tal como tu”

(in “A imaginação hiperactiva de Olívia Joules , Helen Fielding)

É simples, honesta, sincera e fácil de compreender.
Estive bastante tempo a olhar para ela para ver se conseguia expor o que me fez sentir.
Fiquei como que atrapalhada, envergonhada, tive automaticamente uma imensa vontade de me explicar, de me justificar perante tanta franqueza.
Desarmou-me, faz-me pensar que raio de pessoa sou que só consigo pensar em mim e nos meus comportamentos. No que sinto, no que sou, no que quero, no que preciso, no que …
Fui apanhada…

Cair e Levantar de Novo


“A chave do sucesso é sabermos levantar-nos depois de cairmos”

(in “A imaginação hiperactiva de Olívia Joules , Helen Fielding)

Ora vamos lá a ver. Quando retemos uma frase que lemos, mais do que outras é porque ela nos diz qualquer coisa ou nos mostra outras tantas.

Quando li esta frase ela disse-me de facto tantas coisas.

Disse-me principalmente que caí. Caí redonda. Fiquei mesmo esparramada.
Caí, logo tenho de me levantar.

Disse-me também, que cair é sinal que já estivemos de pé e que sabemos lá estar, assim podemos-nos por de pé novamente.

Disse-me ainda que é importante cair, porque se aprende, quanto mais não seja a levantar outra vez. E de cada vez que nos levantamos o fazemos com mais força.

Disse-me que, viver é estar sempre a cair e a levantar ou a levantar e a cair, como se preferir.

Disse-me que, se esta frase existe é porque isto acontece a toda a gente e não só a mim (parece que me sinto bem melhor de não ser a única!).

Disse-me por fim que quando estiver levantada vou olhar para trás e vou adorar e até rir de tudo o que se passou e de como se passou. E se voltar a cair da mesma forma só demonstra que cair é bom e, levantar de novo é ainda melhor.

Não gosto de sentir o que estou a sentir, mas parece-me que percebi que é importante e que faz parte do meu crescimento. Fiquei triste, sim. É normal. Mas passa. Passa como tudo o que é bom e tudo o que é mau, como tudo que se gosta e o que não se gosta. Passa como a alegria também passa.

TUDO PASSA.


domingo, 18 de novembro de 2007

Serpa II



Cheguei

Cheguei ao meu recanto encantado. Cheguei outra vez ao meu mundo mágico.

Um mundo onde tudo é possível.

Um mundo onde fecho os olhos e vejo o quero ver, sinto o que quero sentir, tenho o que quero ter.

Um mundo que pára para eu viver.

Os pássaros cantam só para mim, o sol nasce e põe-se para me fazer feliz, as estrelas brilham para me encantar, as folhas da buganvília cor-de-rosa dançam para me acompanhar, os cães ladram para me cumprimentar, o vento sopra devagar para não me incomodar.
A lareira acesa aquece-me e aconchega-me, a lenha a crepitar embala-me, as chamas a bailar encantam-me. Esta casa foi construída com dois grandes braços só para me abraçar e para me fazer feliz.

Aqui sinto a vida à minha volta. Sinto a natureza de olhos postos em mim. Sinto-me segura.

Aqui tenho as minhas recordações de menina, as minhas recordações de adolescente.

Aqui tenho lembranças de uma vida feliz, cheia de sonhos para realizar.

Aqui estão vivencias alegres, minhas e de tantos outros que por cá passaram e que deixaram os seus testemunhos gravados nestas paredes.

Aqui quando se respira fundo, o ar entra e renova a alma.

sábado, 17 de novembro de 2007

Surpresa


Surpresa, diz a wikipédia, é “um sentimento de reacção relativo a um acontecimento inesperado. Pode-se manifestar a partir de impulsos nervosos como manifestações químicas, libertação de adrenalina ou manifestações físicas, como o aumento do ritmo cardíaco.”

Pois não sei como é possível que eu, com esta provecta idade, ainda me surpreenda com algumas atitudes e reacções em relação a determinadas coisas que me acontecem.
Como é que ainda existem tantos “acontecimentos inesperados” que me provocam “sentimentos de reacção”!

Lá que acontece, acontece e o pior (ou melhor) é que é quase todos os dias.

Atrevo-me a dizer que são mesmo estes sentimentos provocados por “acontecimentos inesperados” que fazem com que a vida tenha muito mais graça.

Ainda vou um bocadinho mais longe no meu atrevimento dizendo mesmo, que esta capacidade de ter “manifestações químicas, como libertação de adrenalina, e manifestações físicas, como o aumento do ritmo cardíaco”, é única. E têm a belíssima característica de reaparecer após longos anos dormência.
Quando achamos que já tinha desaparecido eis que ela volta em todo o seu esplendor. Fantástico… Desta vez muito mais apreciada e muito mais “madura?”, vivida com uma intensidade diferente, de quem já não tem todo o tempo do mundo.

Bem, “até chego a ter graça”, tanto falatório mas não disse ainda que tipo de coisas me têm surpreendido .

TUDO

Tudo está diferente. A vida está diferente, as pessoas estão diferentes, a luz está diferente.
As minhas reacções despertam em mim própria uma certa admiração.
O meu umbigo ficou de repente muito mais evidente.
Tenho vindo a renascer aos poucos, sem todas aquelas dores de crescimento próprias da adolescência, sem tantas instabilidades e inseguranças provocadas pela conjuntura da vida.
É certo que existem algumas reminiscências, mas têm sido muito mais suaves e muito mais curtas.

Agora tenho outro novo desafio, o segundo na minha linha de contagem, reaprender a viver com esta realidade.

Reaprender a viver implica reavaliar uma vida. Não é fácil. E depois da reavaliação começam-se a dar os primeiros passos.

Coisas tão simples como, sair à rua e respirar fundo, passear no paredão e apreciar toda aquela imensidão, repor as relações com os amigos, aprender a estar, a ouvir, a falar, a sentir, desenterrar aqueles pequenos prazeres que nos fazem felizes (tais como ouvir musica tão alto que nos faça esquecer de que existe um mundo cão lá fora), descobrir toda a vastidão de coisas que foram aparecendo e que nunca tivemos tempo de conhecer, olhar para nós e por nós.

Tantas coisas por descobrir, por viver, por sentir.
Tantas responsabilidades, deveres, dependências.

A conciliação é dificil e por vezes atabalhoada. As escolhas nem sempre as melhores. Mas como nada é impossível, tudo se vai resolvendo.

É aqui que entra aquela grande frase que a minha amiga Tina tanto gosta de pronunciar:

A prioridade regula a vida



quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Escrever é preciso


Há os que escrevem porque gostam e os que escrevem porque precisam.

Eu pertenço ao 2º grupo. Escrevo porque preciso, porque tenho de por as ideias em ordem.

Sou tão desarrumada mentalmente que preciso de arrumar as ideias, mas para isso preciso de as visualizar - escrever, ler, reler, ordenar, acrescentar, desenvolver, retirar e finalmente de as acabar, só então podem descer à terra e serem divulgadas como qualquer coisa que É.

São estes os passos que são importantes para a formação da minha opinião e consequente desenvolvimento da minha personalidade.

Mas nem sempre é o que faço. Muitas vezes escrevo o que sinto sem olhar e sem rever, geralmente sai asneira...

Mas tudo o que escrevo é o que sinto e a partir daqui … o que sou.

Para ser Feliz


Quando se chega a determinada altura da nossa vida chegamos à conclusão de que não somos imortais. E como tal não estamos cá para sempre.
Começamos a questionar algumas coisas.
Começamos a perceber que só vale a pena viver se for para o bem, para ser feliz.
No entanto sabemos que nem tudo são rosas e que no dia-a-dia os problemas surgem para nos atormentar.
Durante algum tempo não nos apercebemos desta dualidade. Queremos ser felizes mas a conjuntura não deixa.

Até que um dia, surge o ovo de Colombo.

Para se ser feliz tem de se relevar a maior parte dos problemas . È aqui que surge o primeiro grande desafio.

Problemas, o que é isso? Nós não temos problemas, só algumas barreiras que vamos ultrapassando com alguma ginástica mental, um pequeno esforço físico e saúde qb.

A partir daqui é canja. Ser feliz, é querer ser feliz.
É apreciar o nascer do dia e conseguir perceber as diferenças que cada um deles nos trás.
É descobrir o que a luz nos mostra, sentir o que o sol nos oferece, ouvir os dizeres do mar, a brisa cantar.
É sentir com todos os sentidos, o dia a passar por nós.
É respirar o tempo e arrancar o perfume de cada momento.
É chegar à noite e pedir ao tempo, tempo para admirar as estrelas, e finalmente reunir toda a inspiração do dia para conseguir fazer uma serenata à Lua e adormecer feliz.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Coisas da Vida

As minhas pesquisas as vezes dão frutos.

Aqui vai uma coisinha simples da vida mas com muita graça.

(Aqui lancei-me a rir no chão, qual pato agarrado às patas)

Chinoguês
Isto é um restaurante chinês. Fica no Estoril. Mais um, entre tantos que há por todo o lado, mas com uma particularidade: uma faixa de publicidade, escrita numa língua estranha (chinoguês, suponho) que ocupa toda a fachada da casa, "convidando" os clientes a entrar, com uma frase que os donos acharam apelativa:
NÃO SE FAÇA EM SI COM FOME.
Pergunto-me se terão ido ao Google fazer a tradução automática chinês-português.
Nota: Dão-se alvíssaras a quem souber o que isto quer dizer.
Blog/Porta do Vento


Não resisti a fazer minhas as palavras desta senhora.
Há muito tempo que não me ria com tanta vontade e durante tanto tempo.
O facto é que vivo mesmo em frente deste bendito “claim” e apesar de já ter percebido que aquela frase não bate a bota com o perdigoto, nunca tinha conseguido ter esta maravilhosa perspectiva do assunto. Altamente divertida .
Mas melhor que este post, foram os comentários que dele surgiram.
Simplesmente maravilhoso.



Lord Broken Pottery disse...
Ana,Adorei! Quer dizer que se comer os quitudes que fazem, não me farei em mim com fome. Lindo! Podemos inaugurar essa nova forma. Você não se acha em si boa idéia?Beijão
24 de Outubro de 2007 13:50

ana vidal disse...
Lord, LOL. Faço-me em mim com essa brilhante ideia em si. E considere inaugurado o nonsense chinês! Um beijoana
24 de Outubro de 2007 13:59

JP disse...
Eu faço-me minhas próprias e pessoais as suas palavras vossas, porque também achei em mim que, em si, a publicidade estava, nela, muito engelhosa."Não se faça em si com fome", é a frase publicitária do ano, bem melhor do que o enjoativo "Worten Sempre" ou o parvalhão e, vá lá, estúpido, "Há Coisas Fantásticas Não Há?"Há.O restaurante "chinoguês" no Estoril onde não me faço ideia de ir lá comer, mesmo que me faça em mim de fome.Beijos.
24 de Outubro de 2007 19:30

ana vidal disse...
JP, gostei dessa da publicidade "engelhosa" - uma gralha que vem dar mais ideias aos chineses que se fizerem em si com fome. A próxima faixa já está na gráfica: "Não se engelhe em si com fome" Anónimo,Pelo menos uma multa devia haver, mas era preciso que quem a passasse soubesse onde estão os erros de português...
24 de Outubro de 2007 20:07

rv disse...
Engelhei-se-me só de ver isto e também não se me faço a mais mínima ideia do que se lhes passou pelas cabeças chinesas para se nos tentarem aliciar-se-nos com tamanho disparate. E aproveito-se-me para se vos dizer que se me apetecia imenso em mim chatear a Câmara de Cascais para se me descobrir quem se me foi o energúmeno que se nos aprovou esta pérola. Isto não será mais uma daquelas coisas do Portugal no seu Melhor? Estas coisas irritam-me!Rosarinho
25 de Outubro de 2007 0:26

ana vidal disse...
LOL. Não, nada disso.Nem me lembrei desse pormenor: a Câmara tem que aprovar, não é?A fotografia foi tirada por mim, porque passo por lá quase todos os dias e acho inacreditável como é que ainda ninguém fez alguma coisa. Fica na Av. do Bombeiros Voluntários, mesmo no centro do Estoril, e está à vista de toda a gente. Mas parece que todos acham normalíssimo...
25 de Outubro de 2007 1:39

Mad disse...
Já passou pelas vossas cabecinhas não-chinesas que isto se calhar é de propósito para aparecer, por exemplo aqui e noutros blogs? Será possível que daquelas cabecinhas de olhos em bico tenha nascido uma estratégia de marketing tão retorcida? Não, parece-me elaborado demais. Nem a mim me convence.
25 de Outubro de 2007 13:10

ana vidal disse...
Nah... não acredito nisso. É simplesmente um iluminado chinês que acha que já sabe português com fartura. O pior não é isso: é a Câmara deixar estar aquilo ali.
25 de Outubro de 2007 14:05

JP disse...
Concluindo, os chineses sabem-na toda.Lá diz o ditado:"A nessecidade agussa o engelho"Boa talde pala todos.
25 de Outubro de 2007 17:51

SOBE E DESCE disse...
Será que ainda temos de modificar o português e escrever em "chinales". Não me admiro.E digo-lhes que há por aí muito mais.Não basta o comércio!...
25 de Outubro de 2007 21:39

ana vidal disse...
Seja bem vinda, Sobe e desce. Espero que não.
25 de Outubro de 2007 22:05


Mais Palavras para quê…

(espero não estar a quebrar nenhuma das leis de etica dos blogues)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Sozinho


Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Caetano Veloso/Sozinho

Imortalidade

Escrever é de facto do caraças.

Quem diz escrever diz organizar o pensamento.

Sim porque para mim, escrever é organizar o pensamento. É por as palavras por ordem. É fazer com que elas tenham algum sentido. O sentido dos meus pensamentos, do meu sentir, dos meus gostos, das minhas mágoas, dos meus prazeres.

Está tudo dentro de uma caixinha prestes para sair cá para fora. Uma caixinha cheia de peças, um tanto ou quanto baralhadas, com as quais se podem construir coisas lindas ou então nada.

Quando se começa a tentar fazer o puzzle, a debitar palavra por palavra e a construir frases, parece que estas nunca saem como os sentimentos se sentem. E ai começam os sarilhos. Ou por outra a guerra das palavras.

É o escreve e descreve. Escreve de novo e muda. Apaga e torna a escrever. Até que por fim sai qualquer coisa. Qualquer coisa que nos soa bem. Qualquer coisa que está de acordo com aquilo que tínhamos cá dentro.

Quando isto acontece, alguma coisa muda dentro de nós. Não sei especificar o quê, mas que muda muda. Tira-nos um peso de cima. É o desabafo. É o alivio de deitar cá para fora um chorrilho de sentimentos que fazem parte da nossa vida e que queremos de alguma maneira partilhar. De nós para nós, de nós para quem queremos que nos oiça, de nós para quem nos quiser ouvir. É a materialização das nossas lágrimas, dos nossos risos, dos nossos abraços, beijos, gritos, dores, das nossas experiencias de vida vivida a sós.

Quem saberá o que sinto quando estou sozinha? Tenho frio.
Quem saberá o que sinto quando tenho um monte de gente à minha volta? Solidão.
Quem saberá o que sinto? O que os meus olhos choram? O que os meus ouvidos ouvem? O que as minhas mãos sentem? O que a minha alma grita? O que tenho dentro do meu coração? Qual é o cheiro e a voz que fazem parte do meu imaginário? O que está guardado no meu peito? O que digo no meu silencio?

Quando a minha mãe morreu uma das coisas que procurei desesperadamente foram os seus testemunhos. Aquilo que as palavras me poderia mostrar dela. Tinha esperança de encontrar aquilo que ela nunca me contou, que eu nunca soube, que nunca saberei.
Fui a todas as suas agendas, livros, computadores, folhas de papel, anotações em contas de farmácia.


Procurei, procurei palavras. Palavras que me confortassem que mostrassem a sua alma, a sua vida. A sua imortalidade.

É, parece que todos nós procuramos, de alguma forma, a

imortalidade.

Ele há coisas na vida, que nós só nos apercebemos quando escrevemos.

(Esperta como era também percebeu, que nunca poderia escrever nada sobre ela, sobe pena de poder parecer aquilo que não era, aquilo que ela não queria ser. Mais do ninguém sabia o verdadeiro poder das palavras. E o poder das próprias virgulas.
Ela Sabia aquilo que eu jamais saberei.)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Um Amigo




Um dia sonhei.

Sonhei que era uma princesa e que tinha um príncipe encantado que me acordou com um beijo. Num palácio que se encheu de luz e de alegria no momento em que os nossos lábios se tocaram.

Sonhei ainda, que pela minha beleza interior, pela qual o príncipe se apaixonou e jurou amor eterno, eu era merecedora de todos os ramos de rosas e beijos que me eram oferecidos. E que a beleza interior do príncipe, fez nascer em mim um amor profundo e que também fez quebrar o encantamento que pairava sobre ele.

Tamanha felicidade nunca tinha sido vista até então.

E a partir daí fomos felizes para sempre.

Foram estas as histórias de encantar que me contaram.

Foram estas, as histórias de encantar que me ficaram na memória.

Foram estas, as histórias de encantar que se instalaram no meu imaginário.

Esqueceram-se de me dizer, que geralmente a vida nos faz virar Gatas Borralheiras e que a Fada Madrinha nunca aparece para nos salvar.

Esqueceram-se também de me ensinar que cuidar da nossa beleza exterior era mais importante do que quaisquer duas belezas interiores.

Esqueceram-se de me alertar para o facto de que nenhum príncipe encantado, nem mesmo o nosso, nos pode fazer felizes para sempre, que o nosso palácio vira um campo de batalha que em vez de nos acolher nos expulsa, que o nosso amor vira um desamor e que o nosso sonho vira um pesadelo.

E que a partir desse momento deixa de se acreditar na vida, nas pessoas, nos sentimentos, nos momentos.

Os sonhos dão lugar à nostalgia, que entra de rompão como um animal selvagem a tentar saciar a sua fome.

E foi nesta selva escura e fria, onde só se viam olhos de todos os tamanhos e feitios à espera de um momento de fraqueza para poder atacar e destruir todos os restos de alma já espalhados e destroçados, que surgiu a Lua.

Essa Lua imensa e encantada com capacidade mágica de me presentear com o seu dom. O dom de me fazer sorrir, o dom de me fazer sentir bem, de me mostrar coisas bonitas, de me fazer sentir que sou importante, de me mostrar o caminho da verdade e da sinceridade, de me fazer ter vontade de renascer, de me mostrar que no mundo nem só o amor é importante. Que mais importante que um amor é uma amizade.

Essa Lua brilhante, que conseguiu entender o pedido de socorro, numa última réstia de esperança, que foi lançado sob a forma de um grito desesperado e silencioso. “Não deixes de ser meu amigo”.

Essa Lua enorme que me aconchegou com um abraço quente e forte, sem pedir nada em troca e sem propósitos outros que não o de dar forças e energias e o de me fazer renascer.

Essa Lua fascinante que me olhou nos olhos e me iluminou o caminho, murmurando-me ao ouvido – Vai estás pronta para renascer de novo. E Sempre que precises de novas forças, não esperes por ter, pede e eu estarei aqui ao pé para te dar. (That’s what Friends are for).



Essa Lua que teve o dom de me ensinar, com inteligência, sensibilidade e principalmente com muita humildade, que apesar de tudo ainda vale a pena lutar por tudo o que acreditamos.

E que aqueles abraços se repitam para todo o sempre com a mesma intensidade e carinho.

Agora Sim e só para ti.


Obrigada LUA.

(Todos nós temos uma LUA em determinado momento da nossa vida. Uma LUA única que nos ilumina o caminho.)